O pavimento superior da residência tem balanços laterais de seis metros
Casa arrojada flutua na mata
Criatividade, ousadia e muita experiência resultaram em uma casa cujo partido enxuto exprime as necessidades de uma família moderna. O projeto saiu da prancheta do arquiteto Chan-li Lin, formado pelo Massachusetts Institute of Technology, autor também de obras de grande porte, como laboratórios de universidades, centros de convenções, estádios e, atualmente, o New Stanford Hospital, da Universidade da Califórnia, em São Francisco.
Admirador confesso da moderna arquitetura brasileira, conforme contou a PROJETO DESIGN, Chan-li Lin colabora desde 1990 com Rafael Viñoly, premiado arquiteto uruguaio radicado há décadas nos Estados Unidos e vencedor do concurso internacional para o Fórum de Tóquio naquele ano.
Chan-li, que se transferiu para o Japão a fim de acompanhar a complexa obra, confessa que esse trabalho lhe trouxe muito conhecimento. Assim, quando teve a oportunidade de projetar sua própria casa, a ideia foi utilizar estruturas arrojadas.
Mas, ao contrário das obras em concreto armado que viu no Brasil, lançou mão de uma estrutura híbrida do vernáculo norte-americano: aço e madeira.
Toda essa experiência está sintetizada na residência em Waccabuc, Nova York, à qual se tem acesso apenas por uma estrada de terra de um quilômetro de extensão.
Janelas piso-teto garantem luz abundante nos espaços internos
Os revestimentos de paredes e pisos destacam a articulação entre os dois pavimentos da residência
A casa está localizada numa colina e envolvida pela vegetação
A história do projeto começa com uma estrutura abandonada de um só andar, no topo de uma colina, que atraiu a atenção do arquiteto e inspirou a concepção de uma casa flutuante entre árvores, com visão ampla da paisagem e muita luz.
Da construção existente foram aproveitadas apenas as estruturas e algumas paredes, assim como os sistemas de esgoto (fossa séptica) e água (poço artesiano). Chan-li manteve intocada a paisagem rústica original, que se estende por uma área que atinge aproximadamente 3.250 hectares.
Planejar o pavimento superior resolveu vários aspectos referentes ao programa e custos. Nele está a área nobre; a sala de jantar, em um dos extremos, e um dos três dormitórios, no outro, estão em balanço de seis metros, incomum em residências.
O terraço do andar superior tem ampla vista para a mata envoltória
Dormitório no piso superior
Estruturado por dois pilares de aço e leves treliças que se apoiam em seis colunas fixadas nas pedras da colina, esse piso oferece, na orientação oeste, proteção aos carros e, na leste, sombra para o alpendre.
O térreo, sobre as formações rochosas existentes, foi contornado por estrutura convencional de madeira, medindo 2 x 6 metros. A maioria dos espaços da residência recebe muita luz e ventilação naturais.
Grandes janelas e painéis de vidro fixados em caixilhos de alumínio foram estrategicamente planejados para obter mais sol, que penetra intensamente no inverno, e proteção no verão, também reforçada pelo sombreamento das árvores.
Sob os pisos de concreto de ambos os andares estão instalados sistemas de aquecimento, principal fonte de calor.
Foi ainda empregada espuma de isolamento em todas as paredes do perímetro da casa, no telhado e entre os dois pavimentos para maximizar a eficiência térmica.
Graças à abundante ventilação natural, o ar-condicionado é acionado somente em casos extremos. A iluminação artificial, indireta, tem também a função de destacar a estrutura.
Quanto aos acabamentos, foram utilizados concreto polido nos pisos, gesso branco revestindo paredes e tetos, madeiras de ipê recobrindo a varanda e o deque, e cedro vermelho em outros ambientes. Tudo minimalista: projeto, materiais e até os móveis.
Texto de Haifa Yazigi Sabbag
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 390 Agosto de 2012
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 390 Agosto de 2012
As áreas sociais se localizam no pavimento superior
Farta iluminação natural e linguagem minimalista caracterizam os interiores
Fonte: Arco Web
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