segunda-feira, 4 de junho de 2012

Projeto idealizado para terreno com mais de 3 milhões de metros quadrados emprega parques lineares e ciclovias como elemento estrutural


Parques e ciclovias estruturam novo bairro
É inusitada a situação deste projeto, idealizado para um terreno de 3 milhões de metros quadrados que traça uma reta imaginária de ligação entre o centro da capital acriana e um bolsão de incipiente desenvolvimento urbano no sul da cidade.
Embora qualificada pela localização, a área permaneceu congelada por duas décadas, nos anos 1980/90, enquanto abrigou o Aeroporto Internacional Presidente Médici.
No início de 2000, com a inauguração do novo terminal aéreo, a cerca de quinze quilômetros de distância, o lote foi restituído à família do antigo proprietário, e teve início a proposição de uma série de projetos públicos e privados para o local.
Dos governos estadual e municipal - que no contexto da candidatura (ao final não efetivada) de Rio Branco a sede da Copa de 2014 apontaram a área como estratégica pela disponibilidade de terrenos vazios e proximidade com o estádio Arena da Floresta -, foram executados dois importantes projetos viários: a criação da avenida Amadeo Batista, literalmente sobre as antigas pistas de pouso e decolagem das aeronaves; e a construção, na cabeceira norte, da quarta ponte da cidade, que dá aos veículos acesso à zona central.
Quanto às propostas da iniciativa privada, entrará em consulta pública neste primeiro semestre de 2012 um projeto desenvolvido pelo arquiteto Eiji Hayakawa, que partiu do conhecimento de que a questão hídrica é problemática na área - são frequentes os alagamentos pluviais - e da ideia de criar bairros sustentáveis.
Uma malha interligada de parques lineares e ciclovias será o elemento estrutural desse plano diretor para o local, ligando três zonas que abrigarão usos mistos.
Edifícios residenciais e comerciais, de quatro pavimentos, serão implantados nas bordas da avenida Amadeo Batista, separados do sistema viário pela presença do parque linear.
Na extremidade sul, próximo do estádio de futebol, deverão se concentrar as zonas de comércio de grande escala, enquanto no miolo da área ficarão os lotes de uso flexível.
O desenho prevê a distância máxima de 400 metros de qualquer parte até o sistema de transporte público, paralelo à avenida central.
“São condições únicas de trabalho. Queremos quebrar o paradigma do desenho urbano gerado a partir de vias. Ao contrário, nossos bairros deverão ser como clareiras em meio à floresta”, assinala Hayakawa.
Formado pela FAU/USP, Eiji Hayakawa integrou a equipe do japonês Tadao Ando e trabalhou por mais de uma década no escritório nova-iorquino de projetos urbanos Ehrenkrantz Eckstut & Kuhn.


Texto de Evelise Grunow
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 384 Fevereiro de 2012
Diagrama de condicionantes naturais
Mapa de usos do solo
Mapa de usos do solo
1. Lote de uso misto, 4 pavimentos (156.174 m2) / 2. Lotes de comércio de grande porte (133.847 m2)
3. Lotes de uso flexível (697.238 m2) / 4. Área verde/parque linear (777.932 m2) / 5. Área verde/praça urbana linear (55.116 m2)
6. Área verde/praças (13.012 m2) / 7. Condomínio residencial (244.951 m2)
Corte transversal esquemático
Corte transversal esquemático
1. Passeio com arcada / 2. Via local / 3. Praça urbana linear / 4. Via de trânsito pesado



Fonte: Arco Web

Nenhum comentário:

Postar um comentário