segunda-feira, 11 de junho de 2012

Projeto adota o conceito de museu aberto com quatro parques, duas praças, dois portais e um mirante valorizando a vista do entorno


Parque do Canal - situação proposta
Parque do Canal - situação proposta
Urbanização leva lazer e turismo à cratera
Valores culturais conhecidos, mas que de certa forma estavam praticamente relegados, vieram à tona com a proposta do escritório Levisky Arquitetos Associados de somar a criação de um museu ao ar livre à demanda pela reurbanização de Vargem Grande, loteamento localizado em Parelheiros, extremo sul da capital paulista.
Já em desenvolvimento, a implantação do Museu Aberto Cratera de Colônia deverá ser concluída em 2014 e tem qualidades para transformar a região em um polo turístico ambiental da capital paulista.
A mais de 30 quilômetros do centro da cidade, Vargem Grande acumulou, em pouco mais de três décadas, uma população que supera 30 mil habitantes. A rigor, não se pode dizer que a área seja uma ocupação totalmente irregular - e o traçado relativamente uniforme das vias revela que algum trabalho técnico serviu de base ao arruamento.
Mesmo assim, o crescimento do núcleo foi se estendendo, por exemplo, para as margens de pequenos rios e córregos tributários da Billings, represa que abastece São Paulo e outras cidades da região metropolitana.
Prover a região com infraestrutura viária, melhorar as condições de saneamento e desocupar especialmente as margens dos córregos eram as premissas do trabalho para o qual o escritório foi contratado.
Parque do Canal - situação atual
Parque do Canal - situação atual
Parque linear, situação atual
Parque linear, situação atual
Proposta para o parque linear
Proposta para o parque linear
Mas, além dos mananciais, o local apresenta uma característica única: sua formação geológica e topográfica, uma depressão com mais de três quilômetros de diâmetro, seria o resultado da colisão de um meteoro há mais de 30 milhões de anos.
Não existem muitas formações do tipo em todo o mundo. Esse aspecto, aliado à existência de atrativos culturais e turísticos nessa região de cerca de 2,4 milhões de metros quadrados, levou o estúdio liderado pela arquiteta Adriana Levisky (FAU/USP, 1992) a apresentar à Secretaria de Habitação (Sehab), responsável pelas obras de reurbanização, o plano de transformar a área no Museu Aberto Cratera de Colônia, agregando valores à intervenção inicialmente proposta.
O imenso museu, que já começou a ser implantado, compreende, principalmente, a criação de espaços públicos e equipamentos para estimular a convivência social e o lazer.
A intervenção promoveu a organização do sistema viário (a circulação dos pedestres foi privilegiada e o eixo de movimento dos veículos direcionado de forma a proporcionar segurança e conforto durante deslocamentos); algumas ruas estão sendo abertas e outras serão alargadas, configurando um desenho que privilegia o uso de calçadas, ciclovias e ciclofaixas.
“Tratamos os passeios de modo a haver acessibilidade e moderação de tráfego. Arborização e iluminação pública foram estrategicamente dispostas para dar espaço ao pedestre, em caminhadas seguras e agradáveis”, relatou Adriana.
A maior virtude do projeto, porém, foi ter incorporado à solução urbanística inicialmente delineada o conceito do museu-parque.
Parque Verde
Parque Verde
Praça Cívica
Praça Cívica
Para isso trabalhou a reconstituição vegetal de áreas hoje ocupadas irregularmente, transformando- as em quatro parques, duas praças, dois portais de acesso e um mirante. Todos esses espaços serão dotados de paisagismo que valoriza a presença da natureza e a vista do entorno.

Após ter recebido menção honrosa na Premiação Anual do IAB/SP em 2010, o projeto do Museu Aberto Cratera de Colônia foi contemplado, no ano passado, com o Prêmio Master Imobiliário, concedido pelo Secovi/SP, na categoria Profissional, divisão Preservação do Meio Ambiente.

Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN

Fonte: Arco Web

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