segunda-feira, 21 de maio de 2012

Até 2014 Belo Horizonte ganhará complexo que abrigará uma sala de concertos e a sede da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais


Ponto de embarque para o universo da música
Até o final de 2014 a capital mineira deverá contar com uma nova estação, mas em vez de embarcar em ônibus ou trens seus usuários viajarão pelo universo musical. É que a Estação da Cultura Presidente Itamar Franco vai abrigar uma sala de concertos e a sede da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.
Além disso, o complexo desenhado por Jô Vasconcellos (UFMG, 1971) e Rafael Yanni (UFMG, 1997) - com concepção técnica e acústica de José Augusto Nepomuceno nas instalações da OFMG - terá espaços que serão ocupados pela rádio Inconfidência e pela Rede Minas de Televisão.
O conjunto será implantado no Barro Preto, próximo da região central, em terreno de quase 14,5 mil metros quadrados, na quadra formada pelas ruas Gonçalves Dias, Tenente Brito Melo, Uberaba e Alvarenga Peixoto.
A previsão é que as obras comecem no início de 2013. Quando foi anunciado, no segundo semestre de 2011, o empreendimento tinha custo estimado em 140 milhões de reais.
Na ocasião, o governador Antônio Anastasia afirmou que, com a Estação da Cultura, Belo Horizonte e Minas Gerais estariam, novamente, na vanguarda das questões culturais do país.
Para Eliane Parreiras, secretária estadual da Cultura, a construção do complexo vai suprir a carência de espaços na cidade para a realização de concertos sinfônicos, que atualmente acabam se concentrando no Palácio da Artes, mas em ambientes que não foram projetados com essa finalidade.
Com a transferência das instalações da Rede Minas e da rádio Inconfidência para o local, a expectativa é que as empresas também operem de forma mais integrada.
Eliane acredita que o complexo vai mobilizar para aquela região de Belo Horizonte um outro tipo de público, e o governo aposta que a Estação da Cultura vai se tornar um ponto turístico.
A sala de concertos tem capacidade para 1,4 mil pessoas e possui configuração interna com terraços que circundam o palco e a plateia, preservando porém a estrutura básica em forma de caixa de sapatos. Na sua concepção, buscou-se tornar mais íntima a relação entre a orquestra e o público.
Tanto o auditório como as sedes das empresas de comunicação serão implantados no que os autores consideram ser o melhor nível de acesso - os volumes foram dispostos no lote de forma a gerar vazios, onde foi proposta uma praça de acolhimento. O público chegará ao local através da praça, pela rua onde o fluxo de veículos é menor.
Faz parte da composição arquitetônica uma grande torre de antenas, que, com sua altura, sinalizará a presença das instituições na cidade.
Os arquitetos definem o partido do conjunto como austero, atribuindo esse caráter ao rigoroso programa funcional e às demandas acústicas, em particular as da sala de concertos e as dos estúdios de rádio e televisão.
A intervenção vai incorporar ao complexo de música e comunicação uma construção da década de 1920, localizada na cota mais baixa do lote. Ela será restaurada e adaptada para abrigar uma praça de alimentação.

Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 384 Fevereiro de 2012

Fonte: Arco Web

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