terça-feira, 29 de novembro de 2011

Arquitetura integradora e aberta contribui para a efervescência do Centro Cultural São Paulo, que acaba de completar 30 anos

Intervenções vão fundo no CCSP e chegam ao antigo piso de serviço
A caminho de completar 30 anos, o Centro Cultural São Paulo é um dos mais efervescentes espaços culturais da capital paulista. Parte dessa agitação se deve à mescla de atividades ali oferecidas, mas para ela também contribui a arquitetura integradora e aberta proposta pelo projeto de Eurico Prado Lopes e Luiz Benedito de Castro Telles, que nunca permitiu que a ebulição se transformasse em vapor.
Ao longo de quase três décadas, foram realizadas várias obras de manutenção no Centro Cultural São Paulo, mas em nenhum momento elas foram tão a fundo que permitisssem equacionar os problemas acústicos, os quais com frequência atrapalham ou até inviabilizam as apresentações simultâneas nas várias salas do local.
Centro Cultural São Paulo inaugurado em maio de 1982
Projetado por Eurico Prado Lopes e Luiz Benedito de Castro Telles, junto com o escritório Plae, o Centro Cultural São Paulo foi inaugurado em maio de 1982
CCSP será revigorado com intervenções no seu piso mais baixo
Prestes a completar 30 anos, o CCSP será revigorado com intervenções no seu piso mais baixo (na planta, em vermelho,
o Núcleo Cênico)
Agora, porém, a Secretaria Municipal da Cultura, à qual o conjunto está subordinado, colocará em licitação intervenções para evitar, por exemplo, que o comprador de ingresso para a sessão de cinema ganhe como brinde indesejado trechos do show que se realiza no espaço ao lado.

“A reforma vai adequar a acústica das salas de espetáculos, ajustando-as a uma linguagem cada vez mais contemporânea”, prevê a arquiteta Zilah Florence, coordenadora da seção de projetos de arquitetura, obras e manutenção do CCSP.

As intervenções deverão ser concluídas até o aniversário de três décadas do espaço, em maio do ano que vem. As modificações internas serão, porém, mais amplas, e a mais significativa delas - pelo menos para os frequentadores e artistas - é a construção do chamado Núcleo Cênico.

Ele será implantado no piso 23 de Maio e vai ocupar uma área de aproximadamente 3 mil metros quadrados. Nela será construída uma sala de apresentações para 200 pessoas, um foyer central e serão instalados dois elevadores junto à escada central existente, interligando os diversos andares do complexo.

As alterações foram projetadas por uma equipe de arquitetos (Orlando Perrone, Camila Spielmann e Melina Kuroiva) do setor de Gerenciamento Técnico Operacional da Secretaria da Cultura.

À época da inauguração, o agora chamado piso 23 de Maio era denominado piso de serviço. Sua planta original pode ser “lida” na edição 40, de maio de 1982, de PROJETO DESIGN, na qual foi publicada ampla reportagem sobre aquele complexo.

Num trecho do texto, o arquiteto Eurico Prado Lopes, discorrendo sobre o trabalho, afirma: “Dado que a arquitetura sempre teve um caso de amor com as curvas, resolvemos levá-lo às últimas consequências”.

O caso de amor de Lopes e Telles com o espaço espalhou-se por gerações de paulistanos, embaladas pelos shows na sala Adoniran Barbosa ou envolvidas pelas peças na sala Jardel Filho e no Espaço Cênico Ademar Guerra. A modernização pode revigorar esse romance coletivo. Agora, sem ruídos desagradáveis.


Fonte: Arco Web

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